COVID-19: Esclareça as suas dúvidas sobre as vacinas! (Parte 3)

COVID-19: Esclareça as suas dúvidas sobre as vacinas! (Parte 3)

5 Agosto 2021

Este artigo é a terceira e última parte de uma série de artigos desenvolvidos para responder às dúvidas que possam existir relativamente às vacinas contra a COVID-19. Se pretender, poderá ler a Parte 1 e a Parte 2 também.

Nesta última parte, darei resposta a questões relativas ao que acontece após a vacinação.

O que acontece depois da inoculação da vacina?

Após a injeção da vacina, diretamente no tecido intramuscular, a mesma entra em contacto com inúmeras células, tais como as células musculares e as células dendríticas. As últimas são bastante importantes no reconhecimento de agentes estranhos. É a sua perspicácia que conduz à sua rápida interação com as partículas presentes na vacina. Como tal, tanto as vacinas de mRNA como as vacinas de adenovírus estimulam a produção de sinais químicos (interferão I, citocinas, quimiocinas) que vão recrutar as células do sistema imunitário (natural killer, neutrófilos e macrófagos) para o local da injeção. E é precisamente esta ativação da nossa resposta imunitária que conduz a uma sensação de braço dorido após a vacinação. Deste modo, as células dendríticas são as principais responsáveis por “carregar” a proteína spike, levando-a para o linfonodo da axila mais próxima do local da injeção. É esse linfonodo que inicia o processo de ensinar o nosso sistema imunológico a responder à presença de um agente patogénico. De seguida, o que ocorre é uma dispersão ao longo de uma vasta rede de gânglios linfáticos que se encontram localizados por todo o corpo.

O que acontece a quem for infetado por SARS-CoV-2 depois de ter tomado a vacina?

Considera-se que um indivíduo se encontra totalmente vacinado 14 dias após ter o esquema vacinal completo, uma vez que se espera que nesse momento o organismo tenha sido capaz de aumentar a produção de células B plasmáticas (secretoras de anticorpos), de células T efetoras e de células T e B de memória, que permitam responder de uma forma rápida e direcionada a uma eventual infeção por SARS-CoV-2. Após a segunda dose, contudo, as células do nosso sistema imunológico voltam ao normal, mas existe uma grande diferença: agora estão prontas para reconhecer o inimigo, pelo que, por todo o organismo, circulam as células T citotóxicas e os anticorpos que foram gerados na sequência da administração da vacina. Por isso, se alguém vacinado com uma vacina de mRNA ou de adenovírus encontrar o SARS-CoV-2 as suas células vão realmente ser infetadas com o vírus. No entanto, o sistema imunológico terá agora a capacidade de reconhecer rapidamente a proteína spike, permitindo uma resposta imediata das células T citotóxicas que rapidamente destruirão as células infetadas, e de promover ainda uma célere diferenciação das células T e B de memória, reduzindo a probabilidade de se desencadear uma doença grave.

Quais os efeitos secundários que podem estar associados à toma destas vacinas?

Como qualquer outro medicamento, existem reações adversas que podem ocorrer. No caso destas vacinas, têm sido reportados efeitos secundários como dor de cabeça, dores musculares e articulares, febre, dor no local da injeção, cansaço, enjoos e mal-estar geral. No entanto, e apesar de ser mais raro, podem também verificar-se alterações da visão, pontos vermelhos ou manchas na pele, falta de ar, dor no tórax, inchaço nas pernas ou dor abdominal persistente. Caso manifeste estes ou outros sintomas, é importante que os notifique ao INFARMED, de modo a contribuir ativamente para o processo de farmacovigilância destes novos medicamentos.

O que posso fazer para reforçar o Sistema Imunológico?

Ter um sistema imunológico forte é meio caminho andado para que a vacina contra a COVID-19 possa ter as condições necessárias para desempenhar o seu papel. De acordo com diversos estudos que têm vindo a ser divulgados neste âmbito, a suplementação com quercetina, zinco e astaxantina pode ser uma mais-valia para potenciar a nossa resposta imunitária e ainda para eliminar os restos víricos que permanecem, por tempo indeterminado, no nosso organismo após uma infeção, dando origem a problemas como o cansaço e a fadiga, por exemplo. É, por isso, extremamente importante que a nossa dieta inclua alimentos com propriedades antioxidantes e que, se possível, realizemos suplementação no sentido de diminuir o stress oxidativo que, diariamente, produzimos e ao qual expomos as nossas células.

 

Apesar de longo, espero que este artigo tenha respondido a algumas das questões que o inquietam. Estamos, hoje, mais perto do fim. Temos, hoje, mais esperança no futuro. É essencial que as nossas decisões sejam ponderadas, com base na evidência científica e em informações fidedignas. É hora de valorizarmos os esforços que todos temos envidado para que seja possível regressar, com segurança, à nossa “normalidade”.

Não baixemos os braços agora! Em caso de dúvida, consulte o seu profissional de saúde. Seja um agente de saúde pública e lembre-se sempre que apenas juntos poderemos combater esta pandemia.

Estamos aqui, todos os dias, por e para si!

Até breve!

 

Dra. Andreia Moreira

 

     

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